09/04/20

Prefeitos da FNP se reúnem por videoconferência com ministra da Agricultura

Reprodução / Adriano Machado - Reuters Prefeitos da FNP se reúnem por videoconferência com ministra da Agricultura

Chefe da pasta garantiu que não há problemas de abastecimento no país

Apreensiva com um possível desabastecimento e com o mercado do agronegócio neste momento de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) se reuniu nesta quinta-feira, 9, com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O encontro virtual, que já é o terceiro realizado pela entidade com o governo federal desde o início da crise, contou com a participação dos prefeitos de Campinas/SP, Jonas Donizette; Uberaba/MG, Paulo Piau; Teresina/PI, Firmino Filho; e de Aracaju/SE, Edvaldo Nogueira.

Sem deixar de reafirmar o posicionamento de manter o isolamento social como medida imprescindível para evitar a proliferação da COVID-19, os governantes locais manifestaram preocupação com a manutenção dos serviços essenciais, sobretudo no que diz respeito à produção de alimentos e insumos agrícolas. Segundo o vice-presidente de Agronegócio da FNP, Paulo Piau, é fundamental que haja uma “linha mestra de conduta, um comportamento padrão”. “O que temos visto é cada um tomando um rumo, o que não tem trazido efetividade alguma. Em Patrocínio (município mineiro), fecharam uma fábrica inteira de insumos agrícolas. Isso não é razoável e certamente vai refletir na cadeia de abastecimento”, ponderou.

O presidente da FNP, Jonas Donizette, chamou a atenção para a necessidade de uma campanha para vacinação dos caminhoneiros. “Sabemos que eles são parte fundamental do abastecimento e estão correndo o risco de se contaminarem e contaminarem outras pessoas”, pontuou Donizette. Ainda segundo o prefeito, há que se pactuar também as medidas a serem adotadas nos supermercados, que em muitas cidades ainda registram aglomerações de pessoas que facilitam a transmissão do vírus.

Conforme vem declarando à imprensa, a ministra Tereza Cristina reafirmou que “o problema não é o abastecimento. A questão que demanda cuidado é a distribuição”, razão pela qual defende a manutenção dos serviços essenciais. “O caminhoneiro precisa parar em um posto de gasolina e ter onde fazer a sua higiene e comer”, disse. De acordo com a ministra, a pasta tem trabalhado para garantir a maior normalidade possível diante dos desafios impostos pela pandemia.

Uma das ações do ministério é a Portaria 116/2020, que “dispõe sobre os serviços, as atividades e os produtos considerados essenciais pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para o pleno funcionamento das cadeias produtivas de alimentos e bebidas, para assegurar o abastecimento e a segurança alimentar da população brasileira enquanto perdurar o estado de calamidade pública decorrente da pandemia da COVID-19”.

Entre as medidas mais recentes, tem destaque também um documento com “Recomendações para comercialização de produtos alimentícios em feiras livres, sacolões e varejistas”, editado em conjunto com o ministério da Saúde e a Vigilância Sanitária. Segundo a ministra, o objetivo é orientar os prefeitos de modo que esses serviços possam ser mantidos sem configurar riscos à população.

“Estamos também acompanhando os casos de prática de preços abusivos, que é o que temos visto agora em relação ao ovo. Ontem, anunciamos a prorrogação das amortizações de financiamentos de custeio e de investimentos, vencidas e não pagas e que iriam vencer até 15 de agosto de 2020. Nós estamos trabalhando e tudo tem sido avaliado e discutido, então, o que vocês precisarem, saibam que podem contar comigo”, concluiu a ministra.

 

 

Redator: Bruna LimaEditor: Paula Aguiar
Última modificação em Quinta, 09 de Abril de 2020, 17:19
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