23/03/16

Olimpíadas Rio 2016: palestra e mesas de debate são pautadas pelo tema

Nina Lima/FNP Prefeito Eduardo Paes fala sobre os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro Prefeito Eduardo Paes fala sobre os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro

“Aqui vocês têm um prefeito que vai fazer todos os esforços do mundo para orgulhá-los nessa entrega olímpica”. A frase foi dita nesta quarta-feira, 23, pelo prefeito do Rio de Janeiro/RJ, Eduardo Paes, vice-presidente de Relações com o Congresso Nacional da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Paes falou, durante a 69ª Reunião Geral da FNP, para mais de 150 pessoas, entre gestores e prefeitos municipais, sobre o planejamento da capital fluminense para sediar as Olimpíadas 2016.

Segundo Paes, as características que poderiam inviabilizar o Rio de Janeiro na disputa pelos jogos, foi o que, na verdade, tornou a cidade vencedora da disputa, em 2009. “Aquilo que era nosso grande problema, na verdade transformamos um ativo para vencer as Olimpíadas”, disse Paes. “Nós vimos esse evento como uma oportunidade de transformação, construindo um legado, promovendo mudanças”, completou. Para o prefeito do Rio de Janeiro, as Olimpíadas assim como a Copa do Mundo, tem uma função geopolítica.

O prefeito explicou que a capital trabalhou em cima de “três mandamentos” para a realização das Olimpíadas. “Como legado, temos para cada real gasto em instalações para atletas, gastamos cinco reais em obras de legado”, falou sobre o primeiro mandamento. Além do patrimônio esportivo, o prefeito destacou o transporte público como um legado. “Em 2009, 18% da população era carregada em transporte de alta capacidade; em 2017, serão 63% da população do Rio de Janeiro”, falou

Economia do dinheiro público, como segunda ordem olímpica, se concretiza com 57% do investimento ser do setor privado. “Essa é a primeira vez que as Olimpíadas contam com Parcerias Público Privadas”, disse.

Fechando o terceiro mandamento, a outra ordem das Olimpíadas é cumprir os prazos e não promover a construção de “elefantes brancos”. Desde o inicio das Olimpíadas nós fizemos um esforço enorme para que realçar os importantes ativos que o Brasil dispõe. Nosso esforço está em mostrar que as coisas podem ser feitas de forma adequada e com legado”, concluiu.

Números – De acordo com Paes, o Rio de Janeiro receberá, com as Olimpíadas, 15 mil atletas; ocorrerão 655 competições por dia, paralelamente, em mais de 40 instalações na cidade.

A palestra do prefeito Eduardo Paes ocorreu durante o almoço de lançamento do anuário Munti Cidades – Finanças dos Municípios – Ano 11. Mais informações sobre essa agenda aqui.

Mesas de debate

Após a palestra, os participantes da 69ª Reunião Geral seguiram para as mesas de debate, que continuaram abordando o tema, focadas especialmente a prefeitos e representantes de municípios que receberão a Tocha Olímpica. A primeira, “As Olimpíadas e os Municípios Brasileiros”, trouxe os impactos econômicos e sociais que são gerados com o evento, em especial pela passagem da Tocha Olímpica em 321 cidades brasileiras.

Segundo o general de Divisão e diretor Executivo de Operações do Comitê Organizador Rio 2016, Marco Aurélio Vieira, a tocha olímpica chegará no Brasil no dia 3 de maio e percorrera cerca de 20 mil km terrestres, 12 mil milhas aéreas, 329 municípios. “Faremos uma cerimônia onde celebraremos a Pira Olímpica, onde a chama vai dormir todas as noites em 83 cidades. Com isso nós estamos fazendo com que os primeiros jogos olímpicos a se realizarem na América do Sul não sejam os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, sejam os Jogos Olímpicos do Brasil”, falou.

O Subchefe Adjunto de Assuntos Federativos (SAF) da Presidência da República, Olmo Xavier, disse que o Rio de Janeiro é o 25º estado que o governo federal visita para falar sobre a tocha. “Esta é uma boa oportunidade, em um ano difícil, para que as cidades possam mostrar o que têm de melhor”, falou. Para Xavier, este é um momento em que os prefeitos aproveitem a tocha para “comungar com festas que já fariam”.

No que diz respeito a cultura, o assessor Especial do Ministério da Cultura, Adriano de Angelis, disse que a cultura brasileira é um dos principais ativos que a percepção mundial tem do país. “É um valor intrinseco à historia, à identidade do Brasil, e isso tem muito peso, inclusive dos investidores internacionais, de todos queles que olham para o Brasil com bons olhos”, falou. Para de Angelis, este é o momento de valorizar a cultura local, a diversidade cultura. “É um tipo de posicionamento que cada municipio pode fazer e isso traz um valor muito grande para todos”, completou.

O prefeito de Belo Horizonte/MG, Marcio Lacerda, presidente da FNP, também participou do debate, e reforçou o convite para que os prefeitos participem, na quinta-feira, 24, da Plenária de Prefeitos.

Em seguida, o grupo de gestores participaram da mesa “Oportunidades para os Municípios que receberão a Tocha Olímpica”. Na ocasião, o prefeito de Três Rios/RJ, Vinicius Farah, vice-presidente de Desenvolvimento Econômico da FNP, falou de sua experiência como gestor de uma cidade cujo modelo econômico gera oportunidade de negócios para todos os seguimentos.

“A chegada da tocha para as cidades que vão ter esse privilégio nos enxe deste leque de oportunidades de linkar, de otimizar tudo o que se tinha prospectado ao longo de um ano inteiro, em um calendário mais reduzido”, falou. Segundo ele, quando a cidade de Tres Rios foi oficializada como uma das cidades que irão receber a tocha, passaram a programar, desde dezembro de 2015, o desenvolvimento de projetos e capacitações para todos os seguimentos que movimentam a economia da cidade.

O presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro (Acrio), Paulo Protasio, destaca a necessidade de mudança no Brasil. “Vamos cumprir a missão de receber as Olimpíadas, mas também vai se mostrar, debaixo de todas as mazelas que estão nos atingindo, uma nova nação, um outro país”, falou. Para o gerente de Políticas Públicas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Bruno Quick, as Olimpíadas são um símbolo de superação. “O Brasil consegue cediar o maior evento do planeta. Se nós conseguimos fazer isso, nós damos conta dos nossos problemas aqui dentro”, disse.

Quick disse que a ideia do Sebrae é mobilizar sua rede para estar presente onde a tocha passar e, principalmente, onde ela pernortar. “Temos o desfio de engajar o sistema Sebrae nessa campanha e aproveitar a passagem da tocha, com sua chama para que possa acender a reversão desses tempos e desafios que estamos vivendo”, concluiu.

Redator: Livia PalmieriEditor: Rodrigo Eneas
Última modificação em Quarta, 23 de Março de 2016, 19:08
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