19/06/20

Prefeitos do Brasil e da África do Sul dividem experiências alcançadas na batalha contra a COVID-19

As principais ações implementadas pelos municípios sul-africanos para combater os efeitos do novo coronavírus na saúde pública e na economia local foram debatidas nesta sexta-feira, 19, durante um encontro virtual organizado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP). O relato foi apresentado pelos prefeitos de Joanesburgo, Geoff Makhubo, e de Buffalo City, Xola Pakati, aos governantes municipais de Porto Velho/RO, Hildon Chaves, e de Guarulhos/SP, Guti.

Apesar das semelhanças socioeconômicas, os dois países têm alcançado desempenhos distintos no enfrentamento à pandemia. Enquanto o Brasil segue no ranking como a segunda nação com o maior número de pessoas contaminadas (mais de 1 milhão) e de óbitos (quase 48 mil), a África do Sul registra, até o momento, 83,8 mil casos confirmados e 1,7 mil mortes, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.

Para os prefeitos brasileiros, a situação causada pela pandemia é agravada constantemente pela falta de uma política nacional de contenção do vírus. "Aqui no Brasil, estamos tendo uma dificuldade muito grande com a falta de alinhamento entre as esferas e governos. Não há um entendimento e isso dificulta muito o enfrentamento ao novo coronavírus", pontuou o prefeito Hildon Chaves.

Na África do Sul, por exemplo, as ações estabelecidas para mitigar os impactos da doença foram determinadas pelo governo central, que priorizou um lockdown rígido com o funcionamento apenas dos serviços essenciais, até o fim de maio. A alternativa, de acordo com o Xola Pakati, “teve um efeito devastador na economia”, mas salvou vidas.

Na avaliação do prefeito sul-africano, o alinhamento político entre o governo central, as províncias e os municípios foi fundamental para o bom desempenho do país. "Você precisa de uma liderança que seja capaz de direcionar, de fazer intervenção e mitigar os resultados do vírus."

A articulação conjunta entres os entes também foi destacada por Geoff Makhubo. "Nosso primeiro caso foi no dia 3 de março. Houve uma resposta muita rápida do governo nacional e nós demos sequência. O lockdown começou no dia 27 de março e todas as cidades mantiveram somente os serviços essenciais", complementou.

O prefeito explicou ainda que o plano implementado pelo país foi estruturado em pilares que consideraram, entre outras atividades, a saúde pública, a segurança alimentar, a mobilização da sociedade e a continuação dos serviços públicos.

Na opinião do prefeito Guti, a troca de informações possibilitada pelo encontro foi importante para contribuir com os esforços que já estão sendo adotados nas cidades brasileiras. "Ninguém ao certo sabe qual a receita da vitória, como passar por cima disso o mais rápido possível e com as menores baixas. Mas acredito que boas experiências e boas práticas, aqui neste momento divididas, vão ajudar muito a todos nós que temos um papel de liderança."

 

 

Redator: Roberta Paola

Editor: Bruna Lima

Última modificação em Terça, 23 de Junho de 2020, 10:15
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